quinta-feira, 29 de maio de 2014

Cururu é atração musical no Museu Histórico

Tânia Franco
ttferreira@sorocaba.sp.gov.br

Criado há 13 anos, o Grupo Cururu de Sorocaba é uma das melhores representações da tradição sorocabana, onde a provocação entre os cantadores é acompanhada por uma viola bem marcada.

A Prefeitura de Sorocaba, por meio da Secretaria de Cultura (Secult), promove neste domingo (dia 1), a partir das 10h, uma apresentação de cururu no Museu Histórico Sorocabano.

O evento integra a agenda das comemorações da 47.ª Semana do Tropeiro e vai mostrar ao público todo entusiasmo e alegria que marca o ritmo, com falas improvisadas e a torcida dos espectadores que elege o violeiro vencedor por meio de palmas.

Autêntica música paulista, o cururu é a expressão mais típica do interior paulista do médio Tietê. Canto surgido provavelmente no período colonial, junto com os jesuítas, o cururu evoluiu para o desafio cantado em rimas ou carreira, como são chamadas as terminações dos versos: carreira de São João, terminada em ão; carreira de São Vicente, terminada em ente; e assim por diante. 

Nas festas e comemorações, os cantadores de cururu combinam entre si com quem vão fazer parceria de desafio, revezando-se entre eles. O tema pode ser sugerido pela assistência ou surgir no decorrer da cantoria. Vence aquele que desenvolveu melhor o que foi sugerido e conseguiu empolgar o público. 

Segundo o pesquisador sorocabano, Carlos Carvalho Cavalheiro, o cururu é geralmente acompanhado pelos seguintes instrumentos musicais: viola, violão, pandeiro e reco-reco. O primeiro cantador, aquele que puxa a cantoria, é chamado de pedestre. É ele quem determina qual a carreira que os cantadores devem seguir. Se o pedestre iniciar sua cantoria na carreira do Sagrado (rimas em ado) todos os outros devem realizar suas cantorias na mesma carreira. Ao contrário dos outros estilos de desafio cantado, o cantador de cururu desenvolve sua cantoria completa numa só rima. Isso exige um esforço mental gigantesco. Além disso, cada cantador produz seus versos provocativos num tempo de espaço considerado longo (cerca de 15 a 20 minutos em média) para tão somente depois o outro cantador adversário poder respondê-lo. 

A apresentação é gratuita e aberta a todos os interessados. O Museu Histórico Sorocabano fica Rua Teodoro Kaisel, s/nº, Vila Hortência - dentro do Parque Zoológico Municipal Quinzinho de Barros.